quarta-feira, 17 de janeiro de 2007

The Fools We Are As Men (Ryan Adams - Gold 2004)

Vem e acaba com o meu sofrimento. Desce, traz a mais divina das forças e termina a minha missão neste lugar. Porém, tenho algo a questionar-te:
Porque me criaste e me largaste por cá? Porque me deixaste cair num sítio tão insensato, mesquinho, inócuo, instável, prestes a explodir, mascarado, frio, feio, fundo, carnal, estranho, estúpido e cruel? Porque continuas sem intervir se com o teu dedo podes acabar com as nossas miseráveis existências? Porque continuas, incessantemente, a impedir que sejam as minhas mãos a perpetuar um favor que tu dever-me-ias ter feito?
E porque continuamos loucos, enquanto Homens? Porquê, Senhor?

segunda-feira, 8 de janeiro de 2007

Apollo 13, The Tears (Here Comes The Tears, 2006)

Não te leio mais as cartas, as mensagens escritas nos espelhos. Não te atendo o telefone, nem te sigo os pés. Não te aturo mais o choro nem as compras de vestidos e se pensas que quero saber novidades tuas, não percas tempo a tentar transmiti-las.
De ti quero carne, somente. De ti, quero o que tens entre as pernas e quero-te a boca e os seios. De ti quero apenas os gemidos, a luta sensual e intensa, os jogos sexuais para os quais me levas. Porque apenas nisso te tornaste única.
Fiquemos, ainda assim, com os corpos suados e os lábios roxos, na esperança de que um dia, alguém nos venha ressuscitar com a arma do amor.

domingo, 7 de janeiro de 2007

This Time, Suede (Sci-Fi Lullabies, 1997)

Na cidade que nunca dorme, eles acordavam todos os dias o seu amor. Como se uma relação fosse reciclável, qualquer pedaço precioso de felicidade era sugado e colocado nos seus corações, um contíguo ao outro, nunca suplantado nenhum.

m+e=sp

É a nova fórmula: simples, bonita, etérea. O Stereopen é o meu novo blog, onde vou juntar canções e estórias. Todos as publicações serão pequenos percalços da vida de pequenas pessoas, tendo uma canção como pano de fundo. Será a tentativa, bonita, de trasformar todo o bom pedaço musical numa boa estória, como que a provar que é possível exercitar a criação já finalizada numa outra forma de arte, completamente distinta. Façam desta casa, a vossa casa e nela repousem a mente, o coração e os ouvidos.